segunda-feira, 29 de setembro de 2008
A Carne é Fraca
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Seu Sim
Sustento do cesto colado sozinho
Infiltro colosso impávido pensar
Taverna caminha em robusto dialeto
Vitória suspende a saída do assombro
Caixão e vela preta possam tablóides
Presença agradável impera humor
Todavia trazendo o trafico pro cá
Ela passou desdentada sem vínculo
Sorriso inerte sem sombra de dívidas
Tudo podendo naquele fracasso
Provém incapaz da roda gigante
Tempo sadio no pulso cortante
Aviso expresso no labirinto berrante:
“Sequer no advento de a fêmea bovina expirar
por fortes contrações pneumolaringobucais”
Um clone do cone placando o caminho
Pastores pastando no pasto de espinhos
Disfarce estratégico clareia parâmetro
Fortalece e sustenta a cultura
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Abre-te, Ruínas!
Logo quando o sol nasceu Carvalho acordou. Tomou seu café. Deu um beijo na esposa e na filha e saiu pro trabalho. Cara de sono e mente vazia, irritação em saber que mais um dia começara na semana. Ele sempre pega o mesmo ônibus lotado. Muita gente disposta, outras não. Uma imensa mistura de perfumes e odores no coletivo. Carvalho analisa o vai e vem das casas no caminho. Ruas, pessoas, lojas fechadas. A feira é a pior parte. Mau cheiro! Animais vivos misturam-se com os mortos. Bêbados da noite, enojando as pessoas despertadas e ativas. Almeja em descer do ônibus e sentir o ar matinal. Caminhar e esticar as pernas. Quase fecha os olhos por um instante. Gente falando, gargalhando, muitos abrindo a boca em demonstração de sono e cansaço do dia anterior, um domingo. Alguém com cheiro de cigarro barato. Carvalho não gosta daquilo. “Eu devia comprar um carro, até mesmo uma moto que é mais econômico” fala em voz baixa. Só pensa na chegada, onde tudo aquilo passa temporariamente. Pensa na vida, na sua filha. Bons pensamentos fluem, e, esquece por minutos todo aquele embaraço mútuo. Todo mundo é igual no ônibus, mais ainda se lotado. Aperto e às vezes constrangimento. Uma mulher grávida cedeu lugar a outra com criança de colo. Idosos não têm vez. Certos valores desaparecem. Ética, respeito, educação por exemplo. Amoralidade! Finalmente o ônibus chega onde Carvalho vai descer. Ele desce, vai a uma barraca e pede uma água de coco.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Controle de Natalidade
O absorvente estava velho com uma cor identificável e a menina não tomava banho direito porque no seu barraco havia racionamento d’água já que seu pai era sapateiro e sua mãe catadora de lixo e papelão tendo assim o sustento da família e o poder de compra do absorvente pois a menina não sabia ler nem escrever e sofria de deficiência respiratória aguda incapacitando-a de atividades que exigisse qualquer tipo de esforço.
Era considerado o maior marginal do bairro sendo citado toda semana nas reuniões e servindo de mau exemplo às crianças que sequer saiam de casa para brincar com os amiguinhos que ali viviam e não sabiam que o perigo rondava vinte e quatro horas tornando o bairro referência de má administração e considerado escória por alguns.
Na hora do eclipse ele estava no ônibus pensando na situação e desprovido das circunstâncias achando que por ser um boi amável coragem caiu das nuvens por clemência à náusea e sempre sente conta risco quando é inevitável.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Diálogo Com Meu Espelho
Eu me vi com olheiras. Meu rosto estava quase desfigurado e eu sabia o porquê.
Meus pensamentos não tinham perspectiva de alegria. Nem ilusão eu sentia. Já podia ver meus cabelos brancos! Mas gosto desse momento. Momento o qual penso só pra mim, sem me importar com toda sobra de conclusões incompletas.
Às vezes me pergunto se é com dois esses que se escreve paçarinho. Eu tenho dúvida de iniciante. Muitas por sinal, como sempre! Mais uma vez viajava pra dentro de mim. Além disso, ontem percebi que venho me apegando às coisas materiais. Percebi muito tarde porque já sou adulto. Gosto de gelatina e não faço exercício físico.
Um pretexto pra minha própria destruição é me ver assim, nessa imagem explosiva. Tiraram meu prazer e disseram que eu merecia ficar assim pra sempre, só eu. Tenho cara de idiota, mas nunca fui um. Se o assunto fosse política tudo bem, eu mudava de assunto. Meu sonho é ser uma pessoa assim. Um cara que trabalha pelos pobres e pelos ricos. Um cara social e mentiroso, com os olhos inócuos.
Me disseram que um dia todo mundo vai morrer mesmo. Poderia criar uma estória. Sou bonito por fora. Você não acha?