terça-feira, 26 de agosto de 2008

Panfleto Traíra

Sonho tranqüilo se torna um abismo
Cavalo nas nuvens, questão de consenso
Perigo agregado no meu precipício
Me fez cantar ferrugens, eu penso

Livres do vento, convicção doentia
O pó nos meus olhos, perdeu sua luz
Errei em pensar que o azul existia
O brilho do escuro correu sem capuz

Padronização se diz a moral
Espero por você!

Tenho frio nesse sol, quando o peixe quebrou o anzol
O meu pulso parou, acredito que morrer não vou
Minha fala traiu, minha mente pariu
Uma “carta na manga” nem pintada de ouro


Há vidas viando,
Penúrias dançando.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Temporada Ambígua

O sol surge. “Muito cedo pra ser a luz dessa estrela!” penso logo. Será que isso vem pra cá? Minhas idéias começam duvidar sobre o universo. Aqui mesmo será a Terra? Um local de vida. Na nascente desse encosto, sempre reanima a platéia doente. Parece ser uma novidade, tudo parece ser desumano. Novidade intrusa... todos se irritam. Me pego sem nexo. Sinto minha voz desaparecer com facilidade. Minha opinião é bizarra sobre aquilo. Alienígenas?! Contudo, não acredito.

Me encontro imóvel e não tenho o meu olfato. Seres nunca vistos me carregam por uma coleira invisível, como um burro cão. Não só a mim, mas a todos vizinhos de município que editam tudo. “Acho que tem saída!”. Talvez um helicóptero me tire dessa região empestada de circulações extraterrestres. Lamento muito se morrer agora, queria ter gozado mais a vida. Não que eu tenha perdido diversões, mas o mundo ainda é grande... Tudo é muito igual. Paralelo. Se não acabar, reconheço minhas ilusões.

Imagino se ali houvesse um Napoleão Francês, ou um José de Magalhães qualquer para sugestões. Tudo não pode ser um sonho. Se fosse eu levaria a sério como os outros. Penso novamente em viver depois, sem as ilusões não teria a graça que tem. Hahahahaha! Isso continua engraçado por mais que evite. Preciso tomar um banho, pode ter sido uma droga qualquer. Sinto indiferença! Acredito mesmo nesses seres. Isso é uma catástrofe com certeza. Minha ansiedade é tremenda, pensei que isso nunca iria acontecer, principalmente nesse tempo chuvoso.

Meu Deus... estou com medo!!! Como vim parar aqui?! Isso não pode ser verdade. Estou sob o domínio total desses merdas. Estão é isso. Diferente do que falavam sobre esse tipo de contato. Tudo parece ser tão inexplicável, parece uma piada literalmente. Há quatro segundos eu estava sendo puxado, junto a outras caras absurdas. Agora estou dentro de uma nave! Deve ser uma nave. Tudo brilha, como se eu tivesse passado da linha do céu. Tenho vergonha da minha situação. Eles são pequenos, devo reagir? Melhor não. Afinal eles são ETs. Posso morrer, mas não desisto de tentar acordar.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Vendem-se Truffas

Branco, ao leite, amargo, com amendoim, avelã, caseiro, frutas cítricas. O chocolate seduz qualquer pessoa. O sustento de alguns, o prazer de outros. Se vivêssemos de chocolate nunca ficaríamos de mau humor. É indescritível tal alimento nos dar tanto prazer. O sumo do cacau nos honra dessa maneira. Cacau é uma fruta? Não. Cupuaçu que é fruta. Não me importo com esse sistemático declínio de impurezas. Olho pra um prato de comida e penso “orgânico é orgânico”. Já pra um chocolate penso “prazer é singelo”. Conseqüências existem sempre. Um dia eu paro de fumar, antes de morrer. O bom é ser viciado. Viciado em doce, salgado, ácido. Insosso. Coeso é um chocólatra, que nunca diz não ao seu mestre. O puro prazer das concordâncias! Já passou esse tempo de ser viciado em pão, ou em cuscuz com arroz. Se Jesus fosse viciado em chocolate ele nunca teria se suicidado. Mania mundial. Uns dizem que é melhor que sexo. Talvez se refiram àqueles chocolates suíços. Ainda vou plantar um pé de cacau na minha casa. O cacau vem de onde?! A melhor época do ano é a Páscoa, onde todos se deleitam e lambuzam suas papilas gustativas. Come-los e sujar o rosto é uma delícia. Ainda vou transar com um chocolate. Ah sim! É isso o extremo prazer. Orgasmo de um porco.